Nova mania entre adolescentes nos EUA é desbloquear iPhone, diz jornal

quinta-feira, 9 de julho de 2009 Aurea

Jovens integram grupos de hackers para quebrar código do smartphone.
Apple alerta sobre violação de garantia e direitos sobre uso do aparelho.

Um dos novos passatempos preferidos de crianças e adolescentes norte-americanos é tentar desbloquear o iPhone, da Apple. Pelo menos segundo o "Wall Street Journal" (WSJ), que publicou nesta terça-feira (7) uma reportagem sobre o assunto.

Foto: Reprodução
Ari Weinstein, 15, decidiu passar as férias mexendo no código do seu iPhone.

Em vez de se divertir andando de bicicleta ou nadando, nestas férias Ari Weinstein, de 15 anos, escolheu outra atividade para passar o tempo - integrar um grupo de hackers com a missão de quebrar o código de segurança do iPhone e do iPod.

E, de acordo com o "WSJ", desde que a Apple começou a vender o iPhone 3G S, em 19 de junho, Ari e seis amigos virtuais passam horas por dia tentando encontrar brechas de segurança no novo smartphone.

"Codificando e testando coisas que podem ou não funcionar, e descobrir as coisas, é realmente uma experiência gratificante", afirmou Ari, que começou a bancar o hacker aos 11 anos.

E essa nova febre entre os jovens nos Estados Unidos, é claro, em nada agrada a Apple.

Direitos

"A grande maioria dos clientes não desbloqueia os seus iPhones, e por uma boa razão", disse um porta-voz da companhia de Steve Jobs. "Essas modificações não só violam a garantia, como também fazem com que o iPhone se torne instável e não funcione de modo confiável".

Em fevereiro, a Apple apresentou um documento de 27 páginas ao órgão regulador dos direitos autorais dos Estados Unidos argumentando que alterar códigos de telefones é uma violação da lei de direito autoral norte-americana. Mas especialistas em direito digital consideram que a prática não seria ilegal, porque a pessoa que compra um telefone se torna dona do aparelho. Uma decisão sobre o assunto é esperada ainda para este ano, informou o "WSJ".

Mas, o jovem Ari - que conta com a consultoria de um advogado que se apresentou voluntariamente após o garoto ter criado há dois anos um software de código aberto voltado para hackers - diz que tem estudado a lei de direito autoral on-line e acredita que suas atividades não são ilegais.

"A Apple não tem o direito de me dizer o que eu posso colocar no meu telefone", disse Ari, acrescentando que usa aplicativos não autorizados pela Apple para poder administrar websites pela tela de seu telefone.

Aos 7 anos, Ari resolveu criar seus próprios sites, mas uma das páginas criadas por ele não estava na lista aprovada de sites para o público infantil do provedor de internet contratado por sua família. Por isso, ele teve de descobrir sozinho como alterar a ferramenta de controle de internet voltada para pais.

"Foi quando vimos que deveríamos começar a ensiná-lo sobre ética", contou o pai de Ari, Ken Weinstein, de 45 anos.

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