Fonte da juventude pode virar realidade

segunda-feira, 5 de outubro de 2009 Aurea

Estudos com roedores mostram que é possível manipular proteínas com papel crucial na longevidade Estudos com roedores mostram que é possível manipular proteínas com papel crucial na longevidade



Uma pesquisa realizada por cientistas britânicos e publicada nesta quinta-feira na revista americana Science pode tornar real uma "fonte da juventude". De acordo com os pesquisadores, é possível manipular proteínas que têm papel crucial na longevidade, abrindo caminho para tratamentos capazes de retardar o envelhecimento. A chave para manter-se jovem - ou, pelo menos, estender esse estado - está nos efeitos trazidos pela redução do consumo calórico no organismo.


Desde a década de 1930, a ciência sabe, com base em experimentos com ratos e (mais recentemente) macacos, que reduzir 30% das calorias absorvidas pode prolongar a vida destes animais em até 40%, evitando também doenças ligadas ao envelhecimento. Desta forma, ganham não apenas anos de vida, mas também preservam sua saúde por mais tempo.


A pesquisa dos britânicos indica que é possível obter os mesmos efeitos benéficos sem que seja necessário parar de comer. Este e outros trabalhos mostram que a manipulação genética também pode ajudar: ao bloquear a proteína S6 Kinasa 1 (S6K1), presente nestes animais e também nos seres humanos, é possível alcançar resultados semelhantes.


"Os ratos fêmeas que não produziam a proteína S6K1 viveram mais tempo, eram mais magros, mais ativos e tinham melhor saúde do que os do grupo de controle", escrevem os autores do estudo. Isso abre um caminho em potencial para medicamentos que evitem o aparecimento de doenças ligadas ao envelhecimento em humanos, estimam os pesquisadores. "Estamos subitamente mais perto de tratamentos contra o envelhecimento do que acreditávamos", comemorou David Gems, do University College de Londres, um dos co-autores do trabalho.


Outros estudos também demonstraram que o bloqueio da proteína S6K1 gera um aumento da atividade de outra molécula, a AMPK, que funciona na regulação da quantidade de energia nas células. A AMPK é ativada quando os níveis de energia diminuem, o que acontece quando a quantidade de calorias ingerida é reduzida. Medicamentos como a metformina, que estimula a AMPK, já são usados em pacientes diabéticos.


Estudos recentes feitos por cientistas russos revelaram que a metmorfina contribui para aumentar o tempo de vida de ratos, citam os autores dos trabalhos sobre a proteína S6K1. Já a rapamicina, um imunodepressor usado para evitar a rejeição de um órgão transplantado, poderia ser usada nos homens contra os efeitos do envelhecimento em sua forma atual, indica uma pesquisa feita com ratos, publicada recentemente na revista britânica Nature.


A rapamicina também bloqueia a produção da proteína S6K1. Apostando neste potencial, a companhia americana Sirtris Pharmaceuticals utiliza o resveratrol, um potente antioxidante que pode ser encontrado no vinho tinto e em várias frutas. Os cientistas da Sirtris, que também são pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard (Massachusetts, nordeste), descobriram que o resveratrol é capaz de ativar a produção de proteínas sirtuinas, que têm os mesmos efeitos fisiológicos alcançados com a restrição do consumo calórico.

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