Fonte: ClicRBS
A General Electric (GE) e a Intel uniram forças para manter as pessoas fora dos hospitais e dos consultórios médicos. Nos próximos cinco anos, as duas companhias pretendem gastar juntas US$ 250 milhões no desenvolvimento de novas tecnologias que permitirão aos médicos monitorar, emitir diagnósticos e consultar pacientes sem que estes precisem sair de suas casas.
Ambas já oferecem serviços no campo da telessaúde, como é chamado o serviço de monitoramento da saúde à distância. Especialmente a GE, que fatura US$ 17 bilhões por ano produzindo desde equipamentos para diagnósticos por imagem a registros de saúde eletrônicos.
Com a associação, as duas miram em um novo, promissor e multibilionário negócio: usar a tecnologia para oferecer atendimento doméstico a uma população mundial cada vez mais envelhecida - e cada vez mais sujeita a doenças crônicas ou a restrições médicas decorrentes da idade. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde o número de pessoas com mais de 65 anos deverá saltar de 37 milhões, em 2006, para cerca de 72 milhões em 2030, um pequeno punhado de distúrbios crônicos, incluindo doenças cardíacas, diabetes e hipertensão, responde por mais de 80% dos custos da assistência médica e por sete de cada 10 óbitos.
O mercado atual de telessaúde e monitoramento remoto residencial na América do Norte e na Europa movimentam em torno de US$ 3 bilhões anuais, devendo chegar a US$ 7,7 bilhões em 2012, de acordo com a empresa de pesquisas Data Monitor. Mas muito do trabalho atual é feito por enfermeiros e assistentes que ligam periodicamente para os pacientes para lembrá-los sobre o tratamento e a hora de tomar os remédios.
"Esse sistema vai acabar. O atendimento de saúde precisa chegar de modo eficiente à casa das pessoas, permitir que os idosos envelheçam com dignidade", diz Louis Burns, gerente-geral do grupo de saúde digital da Intel.
A expectativa é de que, dentro de alguns anos, os assistentes médicos inteligentes - programas de computador que reconhecem as doenças em estado inicial - serão tão desenvolvidos que poderão ser consultados pelos médicos na tomada de decisões. Capazes de interpretar comandos de voz e gestos, esses sistemas extrairão informações de imagens, dados de laboratórios e prontuários médicos, fornecendo diagnósticos precisos.
Um estudo publicado no jornal médico Health Affairs descobriu que também o e-mail pode ser uma maneira eficiente para reduzir drasticamente as visitas de pacientes ao consultório. O estudo, baseado nos levantamentos da Kaiser Permanente - uma empresa americana de planos e seguros de saúde - feitos entre seus 250 mil clientes no Havaí, constatou uma redução de 26% nas consultas entre 2004 e 2007, depois da implementação do acompanhamento eletrônico dos registros de saúde e da troca de e-mails entre médicos e pacientes.
"Há muitas maneiras mais eficientes para oferecer atendimento de saúde com qualidade", diz Louise Liang, consultor da Kaiser e um dos responsáveis pelo projeto.
Um benefício, diz Liang, é que, com seus consultórios menos lotados, os médicos podem dedicar mais tempo aos pacientes que realmente precisam de atendimento pessoal. Pesquisas feitas em outras unidades da Kaiser constataram que, com mais tempo para o atendimento inicial, o encaminhamento dos pacientes para um especialista caiu em 30%, principalmente nas áreas de dermatologia e ortopedia.
Na quase totalidade dos países, o acompanhamento de pacientes crônicos não é incluído nos planos de saúde gratuitos, que cobrem cirurgias, tratamentos e consultas, mas não medicina preventiva. Já existem, no entanto, alguns projetos pilotos que procuram remunerar as empresas que oferecem esses serviços pela melhora das condições de saúde dos pacientes, principalmente aqueles com doenças crônicas.
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