EUA aprovam lei contra aquecimento global

domingo, 28 de junho de 2009 Aurea

WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, obteve uma importante vitória nesta sexta-feira com a aprovação, pela Câmara dos Deputados, de uma lei que determina reduções das emissões de gases do efeito estufa: 17% até 2020 e 83% até 2050, em relação aos valores de 2005. É a primeira lei nos EUA a impor cortes para combater o aquecimento global.

- É um passo corajoso e necessário - afirmou Obama.

Na luta pela aprovação da lei, uma promessa de campanha de Obama, a Casa Branca lançou na semana passada um grande estudo mostrando que as mudanças climáticas já ocorrem no país. Para entrar em vigor, a lei precisa ser aprovada ainda no Senado.

A Câmara aprovou a lei climática por 219 votos a 212. Como já se tornou uma rotina na votação de leis importantes, o voto foi partidário. Somente oito republicanos se uniram aos democratas na aprovação da nova legislação. Segundo especialistas, o Senado pode tentar emplacar sua própria versão da lei climática.

A nova lei determina que as grandes empresas americanas, entre elas refinarias, reduzam suas emissões de dióxido de carbono (CO2) e de outros gases associados ao aquecimento global. Para tanto, devem investir no uso de energias alternativas, mais limpas que os tradicionalmente usados petróleo e carvão.

- Os cientistas nos dizem que há consenso. O aquecimento global é real e avança depressa - disse Henry Waxman, autor do projeto de lei e presidente do comitê de Energia e Comércio da Câmara.

Ao tentar convencer os deputados a aprovarem a lei, Waxman afirmou que ela vai criar novos empregos e ajudar o país a deixar no passado sua dependência econômica do petróleo estrangeiro.

Mas os deputados republicanos dizem que a lei acabará se revelando inócua: não será significativa para o meio ambiente, nem ajudará a economia a se recuperar de uma crise tão profunda.

John Boehner, líder dos republicanos, foi além. Disse que a lei "é a maior destruidora de empregos já vista na Câmara dos Deputados". Para o também republicano Joe Barton, a lei estabelece metas irreais de redução de CO2:

- Teríamos que reduzir as emissões nos EUA aos níveis que tínhamos em 1910.

A legislação, de 1.500 páginas, prevê o estabelecimento de um mercado de carbono para que as empresas possam alcançar as metas estabeleci$não só pelo corte direto de suas emissões mas pela compra de créditos daqueles que estão aquém dos limites ou pelo investimento em projetos verdes.

- O governo federal se une à Califórnia nos esforços para combater o aquecimento global e a forma de fazer isso é bem similar à adotada neste estado - afirmou Mary Nichols, a principal autoridade climática da Califórnia.

O estado tem uma das mais agressivas legislações para combater o aquecimento.

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